Apesar do recente anúncio da aquisição de 500 mil testes para todo o país, por parte do Ministério da Saúde (MS), os governadores entendem que o número ainda é insuficiente e que a aplicação dos exames é fundamental para o estabelecimento de estratégias no combate à pandemia.
Em tese, pelo o que foi observado e registrado em outros países, para cada óbito por Covid-19 registrado, outras 500 pessoas são supostamente infectadas. Dentro dessa realidade, o Piauí, que registrou quatro óbitos, não teria os 18 casos confirmados até ontem, mas sim dois mil casos. Apesar de alarmante, os números fazem bastante sentido. Então, é preciso agirmos de forma ágil para atingirmos o diagnóstico dessas pessoas e possamos lidar com as subnotificações o mais rápido possível, estabelecendo melhores estratégias de combate a essa perigosa doença”, explicou o governador do Piauí, Wellington Dias.
Os testes devem ser adquiridos por meio do Consórcio do Nordeste para a elaboração de uma política de enfrentamento unificada. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa contaminada, mesmo assintomática, infecta de dez a 17 pessoas, em média, em locais onde não foi adotada a política do isolamento social, que está sendo realizada no Piauí desde o dia 19 de março. Com o confinamento, estima-se que essa multiplicação caia para 2,4 pessoas por cada paciente infectado. O médico infectologista José Noronha, diretor do Hospital de Doenças Tropicais Natan Portela, é o representante do Piauí no colegiado do Comitê de Cientistas do Nordeste.
Pacientes diagnosticados com Covid-19 são orientados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) a se isolar em casa durante 14 dias, tempo para que fique curado e não transmita mais o vírus.
Tecnologia
Ainda na reunião, as autoridades regionais convergiram para a criação de um aplicativo móvel que teria a capacidade de ligar cada indivíduo ao atendimento da Rede de Atenção Básica de Saúde. Através do aplicativo, cada pessoa teria a possibilidade de reportar, de onde estiver, sintomas suspeitos e fatores de risco, como hipertensão, diabetes e problemas pulmonares, para que um profissional possa, a partir daí, repassar orientações e até gerar encaminhamentos, garantindo um atendimento mais eficiente.
Os governadores trataram ainda sobre projetos locais de fabricação e distribuição de máscaras de proteção de baixo custo, para facilitar o trânsito de pessoas com mais segurança em meio a espaços públicos. O modelo caseiro é diferente das máscaras que compõem os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) utilizados por profissionais da saúde.
“Montar um conselho científico de pesquisadores que são ou possuem relação com a região e que participam de grupos internacionais de pesquisa que estão acompanhando as ações e medidas relacionadas ao novo coronavírus foi uma decisão dos nove governadores do Nordeste. Esperamos que esse grupo apresente sugestões de enfrentamento à Covid-19, por meio de canais como boletins diários com orientações aos governadores, que contenham protocolos de procedimentos médicos atualizados e alternativas para repor insumos para confecção de equipamentos individuais de proteção e para mobilizar a cadeia produtiva envolvida na produção de respiradores, por exemplo”, explicou o governador da Bahia, Rui Costa.
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